Blog Clara Nunes: abril 2008

29 abril 2008

Clara Nunes ganha mais homenagens da Emi Music, sua gravadora oficial e que detêm toda sua obra em acervo.
Os 25 anos de sua morte (2 de abril de 1983) reforçam ainda mais a relevância do material que a EMI finaliza para enviar às lojas no final de maio. Trata-se da primeira compilação em DVD de Clara Nunes e reúne clipes feitos para a TV Globo, mais exatamente para o Fantástico, dos anos 70 até pouco antes de sua morte, no início dos 80, que seguem emblemáticos até hoje.

Ícone da geração de novos sambistas que nunca chegaram a vê-la em ação, Clara gravou para o programa dominical da Globo clipes ambientados em cachoeiras, florestas, em Foz do Iguaçu, na Bahia com os Filhos de Gandhi e também em estúdio, com convidados. Serão 21 clipes de sucessos como “Contos de areia”, “Guerreira”, “Nação”, “Como é grande e bonita a natureza” e “Morena de Angola”, que ressurgem em um DVD que já é ítem de colecionador. No segundo semestre a EMI Music fará uma nova edição da Caixa com a obra completa de Clara Nunes. Na reedição, os 16 álbuns de carreira de Clara foram concentrados em 8 CDs, além de um CD bônus com extras de gravação.

08 abril 2008

Documentário

O documentário " A tal mineira", classificado pelo Programa Petrobrás Cultural, está em fase de produção e as gravações já começaram. Em breve será veiculado na televisão e cinemas do Brasil.Quem pôde comparecer ao bar Beltiquim, no Butantã ,São Paulo pode verificar e participar da roda de samba em homenagem à Clara.
Sinopse:
Clara Nunes encantou-se!!!! “A Tal Guerreira” trata das atuais manifestações do mito de Clara Nunes, através de incorporações da cantora em diferentes contextos. Em um primeiro momento, o vídeo vai explorar as imagens e falas de praticantes do candomblé que acreditam que Clara Nunes ao falecer “encantou-se”, virando uma entidade sagrada ligada aos orixás Yansã e Ogum.
Já em um segundo momento, menos sagrado mas igualmente forte, Clara Nunes estará na voz de cantoras de samba, nos pés de freqüentadores de uma festa brasileira e principalmente no corpo de uma Drag Queen que semanalmente se transforma na cantora. Incorporações sagradas e profanas. Religião, musicalidade e desejo. A construção de um mito e o modo como este mito se transforma e se atualiza no tempo. Um antivideoclipe no qual a cantora jamais aparece.*
Diretor: Marcelo Batista Caetano
Categoria: Documentário

Curiosidade

Clara Nunes lança no Rio o último LP
Por Gilson Rebello
No dia 25 de setembro de 1982, um sábado, o jornal O Estado de S.Paulo publicou uma reportagem que fiz, dois dias antes, com a cantora Clara Nunes.A matéria abordava a entrevista coletiva que a artista deu para o lançamento de seu novo LP, Nação.
No disco, Clara cantava “minha sede é dos risos / a minha cor é o arco-iris”, entoava “num copo de água clara / eu vi mesmos olhos dentro” e soltava a voz para dizer “fazendo um ninho em nosso peito / um ninho de amor, de amor-perfeito”.
– Levei cerca de quatro meses entre a escolha do repertório até entrar no estúdio e, depois acompanhei de perto o trabalho de mixagem, pois sempre gostei de estar presente em todo o processo de produção de um disco meu – disse ela.
Casada na época com o compositor Paulo César Pinheiro, que presente na entrevista, era chamado por ela carinhosamente de Poeta, a cantora lembrou que em seu novo disco, o 15º de sua carreira, procurou retratar as raízes brasileiras, em um clima de muita emoção.Clara disse, ainda, que gostava das coisas simples da vida, de curtir sua casa, seus bichinhos de estimação e suas plantas.
-Antes de tudo sou uma dona de casa, que vai ao supermercado, que pechincha porque a vida está muito cara. Sorridente, ela, que iria morrer no 2 de abril do ano seguinte, depois de 28 dias de agonia, após um choque anafilático ocorrido durante uma cirurgia de variz, completou:
– Vivo para a música como uma cantora do povo, não teoricamente, mas vinda dele mesmo: fui operária de fábrica e isso não é força de expressão. Não brinco de ser cantora.

02 abril 2008

Clara

Há 25 anos, morria no Rio de Janeiro, em 2 de abril de 1983 a cantora Clara Nunes, que nasceu no dia 12 de agosto de 1943.

Clara Nunes- 25 anos! Que falta voce faz!

O Blog Clara Voz de Ouro inaugura o BLOG 25 ANOS!
Lá, voce vai ver o que se fez por Clara Nunes nesses anos
após seu falecimento: homenagens,discos,shows,etc...
Visite clicando na imagem ou pelo link:
Farol no Tempo
(Texto homenagem, colaboração: Monica Hage-SP)
Luminosidade. Por mais que nos esforcemos, não há como dissociar Clara de luz, de algo cristalino, de uma energia ímpar, a acender os árduos caminhos de quem se propõe a entender um pouco – ou muito – do que significa trilhar uma carreira de sucesso.Muito mais do que alcançar o reconhecimento público, muito além da recompensa financeira, muito longe do desejo de se autopromover, Clara conseguiu marcar seu nome na MPB, no tempo, no espaço, a medida que se transformou em mito pelo inconsciente coletivo.
Como um farol, que ilumina além, adiante, independente de quem lhe seguirá o caminho. Uma luz permanente, necessária, que não se apaga porque é plena, porque é conquista, porque é recompensa.A carreira de Clara foi – e é – um marco no caminho de todos que se enveredam pelas trilhas da música popular. Não há quem não a admire, seja pela sua presença marcante de palco, seja por sua simpatia, por seu eterno magnetismo diante das câmeras, pela sua voz.
Olhar de frente, de quem enfrenta e acolhe ao mesmo tempo, de quem sabe onde quer chegar.E Clara não só chegou como foi além. Marcou. Fez história. Ficou na história. Por muito que fez, por muito que se entregou, pela sinceridade marcante, pela responsabilidade perante o seu público, pelo carisma eterno.Clara marcou um caminho. Com sua voz, com seu cantar, com seus discos. Mais que um nome, mais que uma lembrança, Clara é um farol, um sinaleiro perpétuo de competência, amor pelo que se faz, exemplo a ser seguido, na vida e na arte. Porque usou a arte para mostrar sua vida. Porque usou a artista para mostrar quem era a pessoa Clara. Usou seu canto e sua carreira para se transformar num marco na história do samba. Na história da MPB.E nestes dias de lembranças marcantes, mais do que saudade entreguemos a ela nossa admiração.
Pela pessoa que foi, pela artista que se reinventou inúmeras vezes, pela figura cativante que a todos encantou. E encanta. Porque, para quem tem Clara no coração, não há como dizer “parece que foi ontem”. Não, parece que nunca houve um tempo de separação. Pois sempre está ela, a alumiar os caminhos da MPB. Como um farol. Um Farol no Tempo. Que nunca se apagará.
Mônica Hage